Um dia no Valle D’AOSTA
A playlist apareceu enquanto eu dirigia pelo Norte da Itália.
O inverno atípico do ano trouxe uma primavera mais fria e um resquício de neve no topo das montanhas. Porquê não um café na metade do caminho?
Uma caminhada de alguns minutos pela Ponte Vecchio de Lvrea: quanta simpatia em uma cidade.
Curiosidade: A comune faz parte da província de Turim e é famosa pelo Festival de Laranja. Todos os anos, durante o período que antecede a Quaresma, a população se reúne para uma competição centenária que usa laranjas como munição. Os pratos típicos são servidos no dia seguinte à batalha final: Polenta e Merluzzo.
Seguindo o roteiro - nada planejado, me perdi na estrada em direção ao Valle D’Aosta.
36 horas na Primavera dos Alpes
Não muito diferente de outras cidades, as vagas de estacionamento são bastante disputadas.
Garanti uma vaga próxima a Piazza: as feiras são o lugar certo para interagir com os locais e perguntar algumas dicas sobre a cidade: os locais sempre têm uma vivência diferente para nos apresentar.
Pelo centrinho de Aosta
Passando pela Catedral, a cidade tem inúmeros restaurantes com mesas ao ar livre para o almoço.
Encontrei uma portinha simples para montar um bowl de saladas: ao contrário da fama, nem só de Pasta & Pizza vive a Itália. A Pizzaria Il Cappero têm opção de proteínas veganas, peixes, além de cafés e focaccias assadas na hora - em nenhum lugar deixe de ir ao banheiro. Há grande chances de encontrarmos um mundo a parte por alí.
Ainda com a sensação de estar realizando um sonho de infância, peguei um take away do sorvete de rum na Mafrica - eu nunca esqueci aquele sabor e aquela textura, e segui em direção a Piazza Émile Chanoux.
Aqueles minutos de caminhada fizeram parte das pequenas coisas que nos fazem lembrar que não estamos atrasados.
Dalí, fiquei observando as enotecas fervendo entre as ruelas montanhosas com as mais diversas opções de aperitivos, tábuas de frios e degustações de queijos. Muitas lojinhas com panelas e acessórios de madeira: os souvenirs mais comuns do Vale.
Estar fora da época mais movimentada da cidade - onde as estações de esporte ganham atenção, me possibilitou um quarto de última hora no Hostellerie Du Cheval Blanc, enquanto o fluxo da região me levou até o Il Borgo Antico. De teto baixo e entre dois pisos, o restaurante não foge da decoração de madeira tradicional.
A Polenta é o carro chefe do cardápio e de toda a região, o que me fez retornar às memória da casa da minha avô - só que dessa vez, com queijo fontana e funghi Porcini para acompanhar.
O meu quarto tinha vista para as montanhas. O amanhecer foi lindo. A Julia de 26 anos não lembrava desse sonho. A Julia de 12 anos estaria dançando sozinha no quarto.
A atmosfera acolhedora do próprio Vale foi o primeiro - dos muitos sonhos, que espero (re)descobrir.